Eficácia clínica
Publicado em 2014-07-30 na categoria ExtraSex / SexoComSegurança


A eficácia clinica do preservativo pode ser avaliada em várias vertentes, desde a prevenção contra o risco de uma gravidez indesejada, na prevenção de doenças sexualmente transmissíveis (DST), no entanto, tendo sempre presente que este é passível de sofrer falhas...

Na prevenção da gravidez

A eficácia do preservativo, tal como qualquer método contraceptivo, pode ser avaliada de duas formas. A taxa de eficácia relativa ao "uso perfeito" só inclui indivíduos que usam preservativos de forma correta e consistente. A taxa de eficácia para o "uso típico" abrange todos os utilizadores de preservativos, incluindo os que usam de forma incorrecta ou que não os usam em todas as relações. Ambas as taxas referem-se geralmente ao primeiro ano de uso.

A fórmula de cálculo mais comum é o índice de Pearl. A taxa de gravidez para uma utilização típica do preservativo varia entre 10-18% ao ano, dependendo da população em estudo. Para uma utilização perfeita, a taxa de gravidez é de 2% ao ano. O preservativo pode ser conjugado com outras formas de contracepção para uma protecção acrescida, como os espermicidas.

Na prevenção de doenças sexualmente transmissíveis

Os preservativos são amplamente recomendados na prevenção de doenças sexualmente transmissíveis. Têm-se mostrado eficazes na redução das taxas de infecção em parceiros de ambos os sexos. Embora nunca perfeito, o preservativo é eficaz na redução da transmissão de organismos que provocam SIDA, herpes genital, cancro do colo do útero, verrugas genitais, sífilis, clamídia e gonorreia, entre outras. Os preservativos são ainda recomendados enquanto método auxiliar de métodos de controlo de natalidade mais eficazes, em situações onde também é necessária protecção contra DST.

Um relatório de 2000 conclui que a utilização correcta e consistente de preservativo de látex reduz o risco de transmissão de VIH/SIDA cerca de 85% em relação ao risco na ausência de protecção. A taxa de infecção com a utilização de preservativo é de 0,9 por 100 pessoas-ano, muito inferior ao valor sem protecção de 6,7 por 100 pessoas-ano. Uma análise publicada em 2007 pela Organização Mundial de Saúde estimou a redução de risco entre os 80 a 95%.

Embora o preservativo seja eficaz ao limitar a exposição ao agente infeccioso, continua a haver um pequeno risco de transmissão. As áreas infectadas de órgãos genitais, sobretudo quando os sintomas são observáveis, podem não ser cobertas pelo preservativo, o que possibilita o contágio de certas doenças através de contacto directo. No entanto, o principal factor que limita a eficácia do preservativo na protecção de DST é a sua utilização de forma inconsistente. O preservativo pode também ser útil no tratamento de alterações pré-cancerígenas do colo do útero.

A exposição ao vírus do papiloma humano, mesmo em indivíduos já infectados com esse vírus, aparenta aumentar o risco de alterações pré-cancerígenas. O uso de preservativo ajuda a promover a regressão destas alterações. Para além disso, investigadores no Reino Unido sugerem que uma hormona do sémen pode agravar uma situação de cancro do colo do útero, pelo que o uso de preservativo pode prevenir a exposição a essa hormona.

Causas para falhas

 

O preservativo pode deslizar para fora do pénis após a ejaculação, romper-se devido a uma aplicação incorrecta ou danos físicos (como fissuras ao abrir a embalagem), ou ainda romper-se devido à degradação do látex (geralmente como consequência do uso fora do prazo de validade, armazenamento incorrecto ou exposição a óleos). A taxa de rompimento situa-se entre 0,4-2,3% e a taxa de deslize entre 0,6-1,3%.

Mesmo quando não se verifica deslize ou ruptura, 1% a 2% das mulheres apresentam indícios de sémen após relação sexual com preservativo. O nível de exposição ao sémen varia consoante a causa da falha. Se a falha ocorre durante a aplicação, o preservativo danificado pode ser descartado e aplicado um novo antes do início da penetração, sem existir risco para o utilizador.

Um estudo confirmou que a exposição ao sémen a partir de um preservativo rompido era cerca de metade do valor para sexo sem protecção, e que a exposição após o deslize do preservativo era cerca de um quinto do valor para sexo sem protecção. Os utilizadores experientes de preservativos têm muito menor probabilidade de experimentar um deslize do que novos utilizadores. Um artigo sugere que a educação para o uso correcto do preservativo reduz o risco de comportamentos por parte do utilizador que potenciam o risco de ruptura e deslize.

É comum a alegação de que a utilização em simultâneo de dois preservativos pode aumentar a taxa de falha, devido à fricção de borracha com borracha. Esta alegação não é suportada por dados científicos. Os estudos limitados realizados sobre este assunto defendem que a utilização simultânea provavelmente não é prejudicial, sendo possivelmente benéfica.

Os preservativos convencionais são adequados a praticamente todos os tamanhos do pénis humano, embora haja vários graus de conforto e de risco de deslize. Muitos dos fabricantes disponibilizam tamanhos maiores ou mais pequenos. Alguns disponibilizam até preservativos feitos à medida, alegando serem mais fiáveis e oferecerem maior sensação de conforto e/ou prazer. Alguns estudos associaram pénis maiores e preservativos mais pequenos com um maior risco de ruptura e menor risco de deslize, e vice-versa. No entanto, outros estudos têm sido inconclusivos.

A espessura do preservativo não tem relação com o risco de ruptura, sendo os mais finos tão eficazes como os mais espessos. No entanto, é recomendado aos fabricantes que evitem o fabrico de preservativos demasiadamente finos ou espessos, uma vez que se considera ambos menos eficazes. Alguns autores encorajam os utilizadores a escolher preservativos mais finos devido à maior durabilidade, sensação de prazer e conforto, embora outros avisem que quanto mais fino o preservativo, menor é a força necessária para o romper.

Entre os casais que utilizam o preservativo como método contraceptivo, a principal causa da taxa de falha por uso típico (em oposição ao uso perfeito) são comportamentos de risco em que ocasionalmente se opta por "arriscar" quando não se tem disponíveis preservativos.

Outra causa possível para a falha do preservativo enquanto método anticoncepcional é a coerção reprodutiva, cujo principal motivo é o desejo de ter um filho contra a vontade ou consentimento do parceiro. Há relatos por parte de algumas profissionais do sexo nigerianas sobre clientes que deliberadamente danificam os preservativos em retaliação pelo facto de serem forçados a usá-los

 
Informe Abusos | Mapa do site | Copyright | Franchising | Contactos

ErosGuia 2012
Desenvolvido por Ideia CRIATIVA