Jovem conta como vício em pornografia afectou a sua vida sexual
Publicado em 2015-04-30 na categoria Absex / Comportamentos


Daniel Simmons, de 23 anos, é um viciado em pornografia actualmente em recuperação. Mas, antes de procurar ajuda profissional para o problema, ele conta que não conseguia concentrar-se nas tarefas do dia, não conseguia relacionar-se sexualmente com mulheres "de verdade" e, mesmo assim, não conseguia parar.

"Eu tinha 15 anos quando comecei a assistir à pornografia, após os meus pais me comprarem um laptop. Fiz o que praticamente todo adolescente faz e procurei sites de pornografia", diz Simmons à BBC.

O problema, conta, é que o hábito rapidamente se tornou diário e fez com que perdesse o controle da sua vida.

"Eu assistia à pornografia duas horas por dia. Perdi a minha capacidade de concentração. Não conseguia focar a minha atenção em actividades normais, quotidianas. Não fazia ideia de que na verdade tinha um problema com pornografia. Eu negava o problema, mas fui viciado durante seis anos."

A sua percepção sobre isso começou a mudar quando Simmons descobriu um site para viciados em pornografia e percebeu que "não estava mais sozinho".

Ele compara a sua recuperação a parar de usar de drogas.

"Passei cem dias em abstinência de álcool e de masturbação. As primeiras duas semanas foram horríveis, com mudanças repentinas de humor. Foi muito duro. Passei noites sem dormir e às vezes acordava a suar frio. Às vezes, sem motivo, eu começava a tremer. O meu corpo inteiro tremia e eu não sabia por quê", recorda.

"Sentia uma ansiedade profunda durante interações sociais e, em outros dias, me sentia no topo do mundo e conseguia fazer qualquer coisa que quisesse."

No meio a algumas recaídas "não muito más", Simmons conta que está a conseguir voltar à rotina, mas só depois de ter a sua vida sexual bastante afectada.

"Quando estou com alguma mulher, sinto que não fico tão excitado", diz.

"Eu não conseguia ter ereções com mulheres de verdade porque eu tinha assistido tanta pornografia. Não era mais excitante estar com uma mulher de verdade. Sentia-me mal, não sabia o que havia de errado comigo. Sexualmente, não conseguia sentir nada por ninguém. Não tinha libido, minha libido parecia falsa. Eu tinha libido por pornografia, mas não por seres humanos reais."

Recuperação

Simmons diz que não assiste pornografia há um ano e meio, ajudado por sessões diárias de meditação.

"Eu sei que tem um monte de rapazes e raparigas por aí que estão a sofrer com esse problema", diz. "Com certeza muitos por aí têm um problema mas estão a esconder-se, e falar sobre isso é algo que eu quero fazer porque acho necessário."

Segundo Robert Hudson, terapeuta que trata pessoas viciadas em sexo, "usar pornografia não é o problema".

"É parecido com beber. A maioria das pessoas consegue tomar um drinque em segurança. (A pornografia) começa a ter consequências sérias quando começa a tomar conta da sua vida", diz o especialista. "Ela torna-se um problema quando você começa a cancelar actividades familiares ou encontros com amigos porque você quer ir para casa assistir à pornografia."

Hudson diz que há alguns passos para ajudar pessoas que se identificam como viciadas em pornografia.

"A primeira coisa é pedir a elas que parem de se masturbar durante 90 dias. Isso permite que o seu sistema se desacelere e pare de procurar pornografia."

"Você não está curado, mas o que isso faz é ajudá-lo a perceber que não está usando a pornografia porque tem uma erecção ou está excitado - você provavelmente usa pornografia porque está entediado, stressado ou solitário."

 
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